Resenha - “A Invenção do trabalhismo”
Do texto “A Invenção do trabalhismo”
O texto da professora de história da Universidade Federal Fluminense, Angela de Castro Gomes, reúne diversos fatores componentes da política Varguista. A autora o introduz com a questão da criação de veículos de comunicação que capacitassem maior interação do Estado com o povo brasileiro, em suma, a massa trabalhadora.
O Departamento de Imprensa e Propaganda fora o mecanismo pelo qual o Estado Novo estimulou constantemente a crença da população brasileira em seu líder, através principalmente de programas radiofônicos como “Hora do Brasil” onde o Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio Alexandre Marcondes Filho falava semanalmente. Atrelado a radiodifusão havia outros meios de comunicação como o jornal “A Manhã”, porém devido à fácil adesão pela população, o rádio era sem dúvidas o melhor veículo para expandir os ideais populacionistas.
O programa direcionado pelo Ministro visava abordar a legislação social trabalhista do Estado Novo como eixo principal, o que culminou numa forte interação entre Estado e povo. A intenção era transformar tais informações que possuíam uma formalidade de linguagem mais acentuada em uma “obra-prima de clareza governamental” (p.213), como se um diamante voltasse ao seu estado bruto e simplificado, para que assim a mensagem fosse de fato captada pelo público alvo.
Marcondes em uma fala didática informava não só os “trabalhadores brasileiros”, mas também possuía programas direcionados aos pequenos grupos como os de mulheres trabalhadoras, os migrantes, os pais de menores trabalhadores, etc. Válido ressaltar que a temática discutida no programa nunca era apenas um discurso oficial do ministério, mas também uma visão pessoal do ministro.
A figura de Getúlio Vargas passava a ser venerada, seja nas grandes festividades ou na rotina da população trabalhadora, que teve reconhecido e enobrecido o seu papel na construção de uma grande nação,