Esquerda nacionalista brasileira: da decomposição à recomposição (1945-1958)
Dívida de gratidão mesmo, daquelas que merecem agradecimento público, só tenho para com a minha avó materna, D. Pequetita, falecida há dezenas de anos, por ser responsável pelo melhor em mim; para com a minha irmã Iaci, sem a ajuda da qual eu dificilmente teria ingressado na Universidade; para com a minha companheira de dez anos, Priscila, cujo o amor e o apoio tornaram possível eu estar vivo hoje e à amiga Maria Joana, que sempre esteve ao meu lado por todos esses anos.
Agradeço também à CAPES, pela bolsa de estudos que me ajudou a enfrentar o curso de doutorado, e à equipe e à coordenação do Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro (AMORJ), instituição onde realizei parte significante da pesquisa para este trabalho.
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Resumo A esquerda nacionalista brasileira, a partir 1954, vive um processo de recomposição do seu campo político que se decompora desde a derrota do Movimento Queremista e cuja divisão se agravara com o golpe político militar reacionário de outubro de 1945, o governo conservador e antipopular de Dutra e a cassação do PCB. Essa recomposição se dá em virtude do impacto popular do ato político dramático do suicídio de Getúlio, que motiva a imensa e violenta reação popular getulista contra os golpistas e as forças políticas antigetulistas, e do legado, conteúdo e sentido político da Carta Testamento. Esse processo de recomposição, que vinha se dando desde o início das grandes campanha nacionalista e popular pela monopólio estatal do petrópleo no Brasil, ainda em 1949, se fortalece e se consolida desde então, até 1958, alargando-se o campo e incorporando, cada vez mais, às forças políticas de esquerda e nacionalistas já atuantes neste, outros setores políticos e segmentos sociais, não só das camadas médias, como os socialistas organizados no PSB ou não, nacional-reformistas, uma importante parte da intelectualidade, a oficialidade de esquerda e nacionalista das Forças Armadas e o movimento estudantil mas, também,