Repensando o silencio - princípios da significação
ORLANDI, Eni. AS FORMAS DO SILÊNCIO: No movimento dos sentidos. Editora UNICAMP 6ª Edição. 2007. Campinas, SP, p 29-40, 104-127.
Sandra Sousa, Acadêmica de Letras da Universidade Estadual de Mato Grosso/ UNEMAT – Campus Sinop. 1º semestre/2013.
Pesquisadora e docente, a professora Eni Orlandi, que introduziu no Brasil a Análise do Discurso no final da década de 70, foi ganhadora em 1993 do prêmio Jabuti em Ciências Humanas com o livro As Formas do Silêncio. Nesse estudo, a autora procura explanar os sentidos do silencio enquanto linguagem, procurando entretanto uma definição, a especificidade dessa forma de expressão. Passando pelos dizeres da espiritualidade na ordem do discurso religioso onde o homem encontra no silencio uma forma de comunicar-se espiritualmente e seguindo a ideia da multiplicidade do silêncio, Eni Orlandi passa para uma reflexão mais ampla quando em seu estudo nos introduz a uma outra característica sobre esse tema; a política do silencio, o silenciamento, tendo sua retórica, seu discurso tanto nas bases da dominação como também nas bases da resistência. Principiando pela ideia de que o homem conseguiu definir a linguagem a partir do momento em que instituiu o silencio como algo significativamente discernível, a autora conjectura que para compreender a linguagem é preciso compreender primeiro o silencio. E nesse ponto nos coloca que o “silêncio é fundante”, é significante por excelência, podendo ser considerado como a parte fidedigna do discurso. Repensando o silencio dessa forma, como fundante, como base para a construção do discurso, questiona também a forma como a linguagem nos é interposta pela ciência como algo que figura ou prevalece tendo o silêncio como coadjuvante. Para a autora o silêncio é a matéria prima, a parte fundamental do discurso. Ele tem primazia sobre as palavras. A medida que a linguagem domestica a significação tornando-a visível e calculável, o