A SEXUALIDADE NA ASSIST NCIA DE ENFERMAGEM
Reflexões numa perspectiva cultural
Neste artigo enfocaremos a sexualidade como um evento culturalmente inerente a todas as pessoas. É importante referir que a interpretação cultural deste aspecto humano oportuniza compreender como se dá a socialização desta, a construção de seus significados e simbolizações; a produção e a reprodução dos valores e conceitos sobre ela; ainda, de que modo e a que estão vinculados, na rede social em que vivemos, esses valores e conceitos. No presente trabalho a sexualidade é concebida como o resultado de uma construção histórica-social-cultural progressiva, singular, dinâmica, flexível e contextualizada, isto é, uma elaboração de cada indivíduo, à semelhança de diversos estudos oriundos da área da Antropologia no Brasil. Na área da Enfermagem esse tema tem sido marcado pela invisibilidade e pelo ocultamento, e isso, por si só, já traz uma significação especial. Embora a sexualidade esteja presente em todos os momentos vividos pela enfermeira através dos gestos, dos movimentos corporais e nas entrelinhas implícitas do que foi verbalizado ou não ela ainda é mantida silenciosa, encoberta, ou na invisibilidade nos estudos e nas discussões sobre a prática do cuidado da enfermeira. A carência de estudos e reflexões em nível acadêmico, também no próprio cotidiano da enfermagem, é um sinal de que a sexualidade é ainda tratada como tabu, nesses meios.
Entendendo, portanto, que a interpretação cultural dos acontecimentos referentes à sexualidade possibilita a percepção do que eles significam e a que símbolos se relacionam singularmente. A sexualidade quando referida como uma expressão de vida, que faz parte de todas as pessoas aborda uma dimensão de universalização, ou seja, é comum a todos os indiví- duos independentemente de qualquer outra característica pessoal ou grupal. Ao mesmo tempo é destacado o caráter individual e específico de cada pessoa vivenciar sua sexualidade, sem esquecer da