relações de gênero e pedagogia feminista
No sábado, 16 de março, falamos sobre o livro Documentos de Identidade, de Tomaz tadeu da Silva. Fiquei responsável pelo tema Relações de gênero e Pedagogia feminista.
Apesar de não tratar apenas das mulheres, a crítica sobre o tratamento dado às relações de gênero no currículo escolar nasceu da teoria feminista. Gênero foi entendido como os aspectos sociais da identificação do indivíduo a partir d a década de 1950. No entanto só eram considerados dois gêneros: feminino e masculino, ainda relacionados aos sexos biológicos.
A crítica ao currículo aponta para a reprodução cultural da desigualdade de classes, a crítica feminista começou a apontar também a reprodução das desigualdades de gênero pela educação. Foi levantada uma questão para além da hierarquia de classes, denunciando a hierarquia de gênero mesmo dentro dessas classes.
No início a crítica era voltada para a questão do aceso à educação, mas com o tempo passou a ser também pela mudança curricular, exigindo a inclusão de aspectos positivos do ser feminino e o fim da separação de homens e mulheres em classes específicas.
A teoria feminista argumenta que a sociedade é controlada pelo poder do capital e também do patriarcado. A própria ciência, com seus pressupostos de neutralidade, seria masculina. Assim, uma das correntes dessa teoria reivindica que os conhecimentos relacionados às mulheres sejam incluídos e valorizados no currículo como conhecimentos humanos.
Essa perspectiva poderia transformar a ideia negativa sobre as mulheres na sociedade? Tomaz Tadeu da Silva (2002) relaciona a questão de gênero com a da altura: em um mundo construído e conformado por e para pessoas altas, não é suficiente somente dar acesso às pessoas baixas, sendo necessárias transformação e adequação a essa dimensão (dos baixos) também para que todas as pessoas possam sentir-se confortáveis e pertencentes àquele lugar.
Com o tempo passa a existir também