projeto de pesquisa sexualidade
Com a revisão da literatura sobre nosso objeto de estudo queremos ir além da exibição exaustiva dos estudos realizados até agora. Consideramos isso um trabalho longo e quase impossível de ser realizado. As perspectivas teóricas sobre a sexualidade se estendem por quase todas as disciplinas e áreas do saber: entre as Ciências Humanas e as Ciências Naturais mesclam-se conceitos, confundem-se categorias, convergem e divergem significados sobre o corpo, sobre a identidade, sobre a constituição social, psicológica, biológica e social do sexo, e até a própria necessidade da busca pelo conhecimento sobre a sexualidade foi questionado em vários casos.
Por isso que não queremos fazer um levantamento total, nem parcial dos estudos sobre a sexualidade, mas apresentar um panorama da evolução teórica que deu embasamento para pensar os fenômenos com os quais nos preocupamos de maneira central nesse projeto de pesquisa e que consideramos um problema social grave e em expansão: a heteronormatividade e a homofobia.
Pensar a solução da heteronormatividade e da homofobia exige que tenhamos propriedade sobre sua história teórica, sua gênese e seus principais argumentos explicativos. Com isso centramos nossos esforços na trama que desenhou os estudos que consideramos dar mais respostas à explicação da heteronormatividade e da homofobia, que são os estudos Queer.
Para entendermos a perspectiva Queer sobre a sexualidade é necessário que façamos uma visita à gênese filosófica e teórica de seu quadro de reflexão. Para isso se faz necessário resgatar a tradição epistemológica feminista que iniciou a crítica à ciência machista e sexista até então hegemônica; também é necessário acompanhar a evolução interna sobre as categorias que movimentam os estudos sobre gênero e sexualidade.
Respeitando a cronologia epistemológica da emergência dos Estudos Queer, pode-se definir a crítica feminista como marco que separa o corpo científico tradicionalmente branco, masculino