Raça e História - Lévi-Strauss
No primeiro capítulo, “Raça e Cultura”, Lévi-Strauss afirma que não há nada que possa ser cientificamente apresentado para comprovar a inferioridade ou superioridade de uma raça em relação à outra. Não existem aptidões distintas de raças distintas, isto não é determinado de maneira biológica, mas sim geográficas, históricas ou sociológicas. Além disso, “um aspecto igualmente importante da vida da humanidade, a saber, que esta não se desenvolve sob o regime de uma uniforme monotonia, mas através de modos extraordinariamente diversificados de sociedades e de civilizações” (Lévi-Strauss, C. 1952: p. 1). Neste trecho, o autor reafirma a questão não-biológica das diferenças raciais e aponta tais diferenças para um novo assunto, o das diversidades culturais e como estas são encaradas e analisadas na sociedade.
Assim como as diferenças raciais foram (e ainda são) tratadas com preconceito durante muito tempo nas sociedades humanas, com as diferenças culturais não seria de forma diferente. Lévi-Strauss apresenta mais argumentos para contradizer tais preconceitos: “as culturas humanas não diferem entre si do mesmo modo nem no mesmo plano.” (Lévi-Strauss, C. 1952: p. 2) e “a noção da diversidade das culturas humanas não deve ser concebida de uma maneira estática” (Lévi-Strauss, C. 1952: p. 3). Com isso, ele critica o falso evolucionismo, que nos faz pensar que as diferentes culturas têm que seguir uma ordem linear de desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, o autor nos faz pensar sobre a diversidade cultural na sociedade humana, e nos diz que tal diversidade age muito mais para a união do que para o isolamento dos grupos