Resenha do livro raça e história de levi strauss
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Seropédica, 09 de abril de 2012
Partindo de uma perspectiva na qual se requer demonstrar a importante contribuição das raças humanas para a civilização, Lévi Strauss, quebrando toda concepção racista, não quer dizer que os contributos culturais da Ásia ou da Europa, da África ou da América extraíram qualquer originalidade do fato destes continentes serem, na sua maioria, povoados por habitantes de troncos raciais diferentes. Se esta originalidade existe – e isso não constitui dúvida – relaciona-se com suas circunstâncias geográficas, históricas e sociológicas, não com aptidões distintas ligadas à constituição anatômica ou fisiológica dos negros, dos amarelos ou dos brancos. Mas pareceu-nos que, na medida em que esta série de brochuras se esforçou por fazer justiça a este ponto de vista negativo, se arriscava ao mesmo tempo a relegar para segundo plano um aspecto igualmente importante da vida da humanidade, a saber, que esta não se desenvolve sob o regime de uma uniforme monotonia, mas através de modos extraordinariamente diversificados de sociedades e de civilizações; esta diversidade intelectual, estética, sociológica não está ligada por nenhuma relação de causa e efeito àquela que existe, no plano biológico. Há aspectos que nos permitem distinguir daquela que se situa no plano biológico com duas importantes observações. Em primeiro lugar, existem muito mais culturas humanas do que raças humanas, pois que enquanto umas se contam por milhares, as outras contam-se pelas unidades; duas culturas elaboradas por homens pertencentes a uma mesma raça podem diferir tanto ou mais que duas culturas provenientes de grupos racialmente afastados. Em segundo lugar, ao contrário da diversidade entre as raças, que apresentam como principal interesse a sua origem histórica e a sua distribuição no espaço, a diversidade das culturas põe uma vantagem ou um inconveniente para a