Queixa Escolar
INTERVENÇÃO NA QUEIXA ESCOLAR PARTES 1 E 2
A leitura nos apresenta a crítica ao olhar clínico tradicional nos casos de queixa escolar, o apresentando como reducionista no sentido que o mesmo silencia as potencialidades do analisado o reduzindo a um agente passivo numa relação sujeito-objeto. Dá foco no sintoma e em sua avaliação através de instrumentos padronizados buscando diagnosticar o caso do indivíduo, naturalizando dificuldades desconsiderando as variáveis presentes nos fenômenos escolares.
É proposto um novo olhar para intervenção nos casos de queixa escolar, que visa considerar o analisado como um todo, e não somente como um “problema”, levar em consideração sua história de vida e relações com o contexto escolar e avaliar as dificuldades do mesmo a partir do conceito de queixa e fracasso escolar, que são fenômenos produzidos histórica e coletivamente.
Este novo olhar é proposto no projeto de Orientação a Queixa Escolar (OQE) do Serviço de Psicologia Escolar da USP que tem como base teórica uma visão sistêmica que considera os sistemas que o indivíduo está inserido como contribuintes importantes para a formação de seu psiquismo; o entendimento da relação da queixa escolar com a rede de relações da criança (escola e família), o pensamento dialético, enfatizando a inter-relação existente entre o indivíduo e a escola e o indivíduo e a sociedade e também a perspectiva psicanalítica que enfatiza a importância do ambiente como objeto de intervenção do trabalho terapêutico.
O OQE tem como princípios técnicos a colheita e problematização das versões da criança, família e escola, o confronto das versões coletadas e a identificação mobilização e fortalecimento das potências contidas na rede (criança, família e escola) a objetivando a superação da queixa escolar (orientação). Os procedimentos básicos da OQE são: Triagem de orientação; encontros com as crianças e adolescentes, interlocução com a escola, entrevistas de fechamento e acompanhamento.
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