A queixa e o fracasso escolar

A queixa e o fracasso escolar

Este trabalho objetiva incentivar uma discussão acerca do contexto na qual está inserida a queixa escolar. Pretende-se compreender melhor estas crianças e ir além do simples entendimento da queixa escolar, levantando novas possibilidades entre a aprendizagem, a escola e a criança.
O primeiro ponto a ser discutido, é a noção atribuída ao termo fracasso. Geralmente está associado à ausência de aprendizagem e ao erro (equivocadamente compreendido como índice de fracasso). Existem inúmeros tipos de erros e para cada um deles há diferentes interpretações possíveis. Por outro lado, existem diversos fatores necessários para que haja efetivamente aprendizagem. No contexto atual, esses múltiplos fatores têm sido ignorados e por diversas vezes, temos feito diagnósticos taxativos que ligam a existência do erro ao fracasso do aluno.
B. P. Souza (2007), uma das idealizadoras, junto ao Serviço Escolar do Instituto de Psicologia da USP (IPUSP), do atendimento psicológico chamado de Orientação à queixa escolar, explica que compreende a queixa como: Aquela que tem, em seu centro, o processo de escolarização. Trata-se de um emergente de uma rede de relações que tem como personagens principais, via de regra, a criança/adolescente, sua escola e sua família. O cenário principal em que surge e é sustentada é o universo escolar (p.100, grifos da autora).
O processo de ensino e aprendizagem em uma instituição escolar é categorizado em três elementos: alguém que ensina (o professor), algo que é ensinado (uma disciplina ou habilidade do currículo escolar) e alguém a quem se ensina (o aluno). Considera-se que o ensino foi bem-sucedido quando o conteúdo ensinado foi aprendido por aquele a quem se ensinou. No caso do fracasso escolar, percebe-se que o resultado visível é a ausência ou insuficiência de aprendizado por parte do aluno. Este resultado pode decorrer de qualquer um dos três elementos básicos do ensino e