Psicologia nas organizações
Este trabalho refere-se a uma pesquisa que, em conjunto com outras, nasce de uma demanda social constituída a partir de um grupo de profissionais diretamente envolvidos com a construção de um Censo Bancário: Avaliação de Saúde dos Bancários do RS, concluído em 1997. Tal Censo suscitou a necessidade de lançar algumas possibilidades compreensivas a respeito da realidade em que se inserem trabalhadores prestadores de serviços bancários. A pesquisa que se apresenta procura relacionar três categorias de análise - trabalho, tempo e subjetividade - e, embora em andamento, já permite pensar-se acerca dos impactos da reestruturação produtiva e do papel da Psicologia nas organizações, tal é a riqueza dos dados preliminares encontrados até então.
De um lado, então, esta pesquisa toma a própria categoria trabalho que, segundo alguns autores, reivindica um alargamento de seu conceito devido tanto à inclusão de novos sujeitos em cena, quanto à exclusão de outros. Trabalho que interpela tais sujeitos, permeado por antigas ou novas formas de gestão empresarial, que aumente ou reduza as filas do desemprego etc. Trabalho como um universo de significados, cujas transformações no tempo e na história trazem implicações aos modos de viver e subjetivar.
De outro lado, tempos novos. Tempos a indicarem coexistências, a enaltecerem o aqui e agora. Tempos atravessados por velocidades extraordinárias que desvalorizam passado, presente e futuro e, conseqüentemente, absolutizam e banalizam as trajetórias dos sujeitos. Tempos que, sem dúvida, necessitam de novas compreensões.
Finalmente, a categoria subjetividade, entendida como diferentes expressões de como, enquanto trabalhadores, somos afetados por um mundo que se apresenta em constante mutação. Categoria que busca romper com a dicotomia e a idéia de múltiplos, a indissociabilidade entre dentro/ fora, mundo/sujeito, em contraponto ao legado cartesiano que diferenciava claramente dois