Psicologia da educação
Renée Vituri
Na segunda metade do século XIX difunde-se uma corrente filosófica denominada positivismo. Fundado por Auguste Conte, o positivismo considera a ciência acima de tudo. Busca a observação, a exatidão, a medida do concreto, ou seja, um fenômeno deve ser comprovado, deve ser passível de reprodução.
Conforme ARANHA (1986, p. 139) a ciência para os positivistas seria o único conhecimento válido, capaz de revolucionar o mundo com uma tecnologia cada vez mais eficaz: “saber é poder”. Assim, as idéias positivistas se estendem a todos os campos e a todas as atividades humanas e, como é de se esperar deveria se aplicar as ciências humanas, caso esta quisesse ser reconhecida como ciência.
O positivismo atuou de forma marcante nos sistemas de ensino, sobretudo na luta a favor do ensino leigo das ciências e contra a escola humanista religiosa. No século XX essa influência ainda permanece viva, permeando a percepção das concepções de ensino, que passam a ter uma forma pedagógica e se organizarem conforme suas necessidades, embora, como observa MIZUKAMI que até o momento atual inexista“uma teoria empiricamente validada que explique todas as manifestações do comportamento humano em situações de ensino-aprendizagem” (1986, p.5).
MIZUKAMI faz uma apresentação das diferentes linhas pedagógicas, as quais denomina de abordagens, empregadas nas escolas e na tentativa de explicá-las apresenta alguns de seus aspectos (homem, mundo, sociedade-cultura, conhecimento, educação, escola, ensino-aprendizagem, metodologia, avaliação e relação professor-aluno), procurando oferecer diretrizes para a ação docente mesmo considerando que “a elaboração que cada professor faz delas é individual e intransferível” (1986, p.4).
Com o pressuposto de que na educação brasileira os professores tenham sido influenciados mais significativamente por cinco abordagens os objetos de análise de Mizukami são: abordagem tradicional, abordagem comportamentalista, abordagem