Prova
Conceitos fundamentais da Teoria Marxista
Trabalho, Alienação e Exploração
Rodrigo Gurgel
Escritor e editor.
O presente texto foi extraído do Caderno do Aluno – Trabalho e Tecnologia, Programa Integrar CNM-CUT (1998)
Em algum momento da evolução humana, ainda não determinado pelos arqueólogos e antropólogos, o homem – ou seu ancestral –, motivado por algum tipo de dificuldade, observou demoradamente a natureza que o circundava, escolheu um ponto determinado – uma árvore, uma curva de rio, um animal, uma pedra –, mentalmente interrogou-se sobre como poderia transformá-lo de maneira a conseguir resolver seu problema e, após elaborar um plano mental, debruçou-se sobre aquela parcela da natureza e transformou-a segundo a sua necessidade.
Assim nasceu o trabalho, essa atividade proposital, orientada pela inteligência, e produto, unicamente, da espécie humana. Atividade que não se limita apenas a transformar o material sobre o qual o homem decide operar, mas que busca imprimir nele o projeto que, conscientemente, o ser humano tem em mira.
Para nós, acostumados à civilização do trabalho, na qual a variedade de mercadorias criadas pelas mãos humanas parece ter chegado a números quase incalculáveis, talvez fique difícil compreender a força e a energia que, naquele momento do nosso passado, foram desencadeadas. Mas, a partir do instante no qual o trabalho deixou de ser uma mera atividade do instinto, passando a ser o reflexo de um plano previamente elaborado, ali teve início a espécie humana, com sua capacidade original e única de transformar a realidade de acordo com os seus desejos. De lá para cá, ela vem criando e recriando não somente o mundo, mas também a sua própria forma de ser e de se comportar.
Cada ser humano é, portanto, proprietário de uma parte da força de trabalho total da comunidade, da sociedade e de toda a nossa espécie. Força essa que se inclui numa categoria especial,