Principais aspectos da filosofia cartesiana
RENÉ DESCARTES (31.03.1596/ 11.02.1650)
A) O BOM SENSO – RAZÃO (x senso comum)
• Naturalmente igual entre os homens, o sentido da razão não está nela mesma, mas sim no caminho que segue (método) (DM 1,2 – 1ͣ parte)
• Razão – dádiva natural ou divina
• Bom senso – capacidade de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso – é o exercício da própria razão (2ͣ meditação)
• É uma “coisa do mundo” – expressão mundana, sem ranço escolástico ou erudito. Não é aquela razão sufocada dentro dos limites medievais, nem nos gabinetes dos eruditos
• A razão está comprometida com a vida prática, não tem a ver com a lógica no sentido escolástico
• Razão divina é impressa na nossa alma (5ͣ parte DM, 1)
A.1 – LIVRO DA ESCOLA X LIVRO DO MUNDO
• Reconhece a importância e utilidade dos livros da escola, mas são essencialmente falhos no plano da verdade (1ͣ DM 6,7,8,14// 2ͣDM 4)
• Primeiramente, Descartes volta-se para o mundo (viagens) (1ͣ DM 15)
• Depois dirige-se para si mesmo através do mundo, numa procura de si mesmo (1ͣ DM 15)
A.2 – NECESSIDADE DE UM MÉTODO
• Tanto o Discurso do Método quanto as Meditações estão em 1ͣ pessoa – EU (ar de intimidade e confissão de uma interioridade esforçando-se para se comunicar com o outro – dirige-se ao outro, não a todos)
• Consciência da própria imperfeição pessoal
• Da certeza de sua imperfeição como ser que duvida, que hesita, que erra, que nem sempre sabe seguramente o que é bom ou o que é verdadeiro
• Se a razão aspira a verdade, o método deve ter o cuidado pela Verdade (1DM,5)
• O método não se ensina, se aprende. Não é receituário que serve para todos, mas conselhos que podem ser aceitos ou rejeitados. A verdade do Método é algo proposto, não imposto (1DM 4// 2DM 1,2, (7,8,9,10 – 4 regras)
B) DÚVIDA
• Germe inicial do Método e da dúvida metódica, do Cogito, da Moral e das provas da existência de Deus
• Não se pode viver seguindo as opiniões incertas de outrem, como