Prazer e sofrimento no trabalho
A associação dos termos trabalho e sofrimento, vem desde a antiguidade, onde o trabalho era entendido como a atividade dos que haviam perdido a liberdade, escravidão, confundindo-se com o de sofrimento ou infortúnio.
A palavra sofrimento possui algumas definições. No dicionário Michaelis (1998) como: a) ação ou efeito de sofrer, dor, padecimento b) amargura c) paciência, tolerância, desastre.
De acordo com Arendt (1997), a condição humana está submetida à condição de sofrimento, e o ser humano é humano, logo sempre estará submetido ao sofrimento.
Durante décadas pensava-se que o sofrimento só era consequência do trabalho, quando ocorriam doenças e lesões derivados de acidentes de trabalho.
Segundo Chanlat (1993) “ A principal dificuldade encontrada pela Psicopatologia do Trabalho vinha de sua dependência excessiva dos modelos médicos clássicos: como em patologia profissional e em medicina do trabalho". Ou seja, as únicas referências eram as doenças físicas que podiam ser comprovadas cientificamente, como por exemplo, a silocose doença causada pela inalação do pó de carvão principalmente de trabalhadores em minas de carvão, a asbestose doença causada pela aspiração do pó de amianto, doenças profissionais e em medicina do trabalho. De acordo com Chanlat (1993), a partir dos anos cinquenta as pesquisas começaram a se voltar para um estudo mais detalhado sobre as perturbações psíquicas ocasionadas pelo trabalho, usando o método de entrevistas individuais em atividades repetitivas como mecanógrafos, telefonistas, mecânicos de estrada de ferro, etc. Na década dos anos 80 a Psicopatologia do Trabalho se preocupou em fundamentar a clínica do sofrimento, ou seja, fazer uma associação entre o trabalho e a doenças psíquicas. Os estudos se voltaram então não mais para as doenças mentais, mas procurava saber como os trabalhadores conseguiam traçar estratégias para enfrentar mentalmente as situações do trabalho
Nessa nova abordagem o trabalho