Poéticas da Imanência
Relatório sobre palestra proferida no 3º encontro da série “Encontro com Pesquisadores da Literatura Latino-Americana Contemporânea”, em 07 de outubro de 2011 na Biblioteca Latino-americana Victor Civita, localizada no Memorial da América Latina, São Paulo, com duração aproximadamente de 2 (duas) horas, tendo como palestrante Annita Costa Malufe, na qual a pesquisadora analisa dois poetas contemporâneos, a saber: Ana Cristina César e Marcos Siscar.
Poéticas da Imanência trata-se de uma pesquisa de doutorado da palestrante, que resultou em um livro com o mesmo nome, e tem como objetivo discutir a forma com que a poesia contemporânea é pensada.
Mais do que analisar a poesia em si, a palestrante intenciona entender a poética, que para ela, é o pensamento que acompanha a obra.
Para isto, começa citando poetas como Oswald de Andrade e Manuel Bandeira e enfatizando que cada um tinha sua poética, isto é, sua forma de ver o mundo de acordo com a sua época, afirmando também que “o poeta é o crítico da própria poesia”.
Afirma também que já não há um conceito universal sobre o que é um bom poema e, que nos dias atuais, os poetas contemporâneos são livres para escrever de acordo com sua própria poética.
A palestrante tenta traçar um paralelo entre a poesia de Ana Cristina César e Marcos Siscar, que embora tenham vivido em épocas diferentes, se comunicam em virtude de uma mesma poética.
Ao falar de Ana Cristina César, poetisa que se suicidou em 1983 e fez parte atuante no que se chamava ‘Poesia Marginal’ ou ‘Poesia de Mimeógrafo’, a palestrante destaca que, em um primeiro momento, a poesia de Ana Cristina é difícil de ser compreendida, porque há um jogo de falta de palavras que torna a leitura da poesia confusa, sem sentido, cabendo ao leitor preencher as lacunas e entender seu sentido.
A poesia de Ana Cristina é muito mais pessoal, pois é escrita sempre