Tempo de transcedencia
A dimensão da transcendência não pertence às religiões, embora procurem se apropriar da mesma. A transcendência não pode ser entendida como uma única experiência. É no tempo que o ser humano transcende as dificuldades para sobreviver, supera seus próprios limites e os do meio em que vive, é capaz de se lançar para além de sua realidade.
Uma das experiências fundamentais de transcendência para qualquer indivíduo é a relação de amor, que envolve a entrega de si ao outro, experiência de união e gozo, que se vive mesmo sem explicações. No encontro com o outro, nas artes, na musica, nos filmes e nas peças de teatro pode-se ter também esta experiência de enlevo da emoção, da admiração que envolve quem deles prova. Há também as pseudotranscendências, muito presente na cultura atual, produzidas em grande quantidade pela mídia, marketing, meios de entretenimento, e pela droga que proporciona um êxtase químico, não espiritual. São experiências que elevam acima da realidade, porem vazias de sentido, e que fazem o individuo não suportar ter que voltar para a mesma.
A realidade, o cotidiano rotineiro são características da dimensão de imanência, e da qual não se pode fugir a não ser por estes meios artificiais. A transcendência deve potencializar o homem, ajuda-lo a ‘enriquecer e assumir seu cotidiano’, conferir força e liberdade para enfrentar os próprios desafios, fazendo crescer seus valores e virtudes. Com isso deve-se compreender com mais clareza essas duas dimensões que são vividas paralelamente: a existência “poética” de enlevo e gozo, e a “prosaica”, de