Caractperisticas que retomam um tipo de cantiga trovadoresca

290 palavras 2 páginas
O poema em estudo, relata um amor cortês, do qual o eu-trovador lamenta diante da inacessibilidade da amada (donzela), que se recusa a deixar a sua aia:
Donzela, deixa a tua aia,
Tem pena de meu penar.
Já das assombras raia
O clarão dilucular,
E o meu olhar se desmaia,
Transito de te buscar.
“Aia”, não é somente o valor de serventia fornecido pela criada, a dama de companhia da donzela, mas o ambiente recluso em que vive a “donzela”.
O trovador nesse caso, tenta converser a donzela da ineficiência de sua postura diante da relação amarosa, representado no trecho abaixo:
Castelã donasae gaia,
Acode ao meu suspirar,
Antes que a luz se me esvaia,
Tem pena do meu penar.
Ao declamar “Acode ao meu suspirar antes que me esvaia”, o eu associa a não - concretização amorosa, não há um modo de prolongar a dor de amar em benéficio da ascese, tipíca mediaval, que transforma o desejo em uma aspiração indefinida, desviando o instinto do fim natural.
Haja vista a essas considerações, supõe-se que o poeta preserva no romance aquilo que o mito do amor cortês tem de duravél, que é o sofrimento associado ao amor.
Embora que esse tipo de amor teve seu auge na idade média, podemos considerar que o caráter de sofrimento do amor cortês nunca foi modificado com o passar do tempo.
O eu-trovador propõe que a verdadeira finalidade da paixão (do amor) é a sua realização física, ou seja, uma atribuição de valor áquilo que, geralmente, não possui conotações de transcedência e que, mesmo assim, a possibilita.

Relacionados