Colaboração e arte ativismo na dança contemporânea
Autor: Pedro Vitor Guimarães Rodrigues Vieira Mestrando do Programa Ciências da Arte –UFF/2011
Introdução
Falar sobre as iniciativas que os movimentos políticos e culturais do meio da dança têm promovido, com o intuito de criar espaços dialógicos que sejam uma alternativa para os refletir sobre os paradigmas da nossa contemporaneidade, é algo essencial. Através desta fala – desta pesquisa – é possível uma tentativa de compreensão a partir dos meios que a dança tem proporcionado para que a sociedade possa, inclusive, refletir sobre ela [sobre a dança e sobre a própria sociedade a partir de como a dança contemporânea se organiza e organiza seu discurso]. De acordo com LOVINK (2011), há que se ocupar os espaços com iniciativas que funcionem, de fato, como mediadoras dessa ausência de diálogo que há, entre os que produzem reflexões e obras de arte, e aqueles que viabilizam os meios e os espaços para que tais ações ocorram. Há poucos espaços autônomos de arte e aqueles que existem tem os seus próprios aspectos rituais. O que os artistas devem fazer é intervir e criar Zonas Autônomas Temporárias. Isso é raro e se você, por acaso, viver alguma experiência como essa, sinta-se privilegiado, pois sé algo único. Todo o resto é formado por lutas entediantes no cotidiano sobre a negociação de um espaço dentro do sistema. (MESQUITA, 2011, p.8)
A dança contemporânea, a medida que se configura como mais uma das inúmeras categorias de dança e não mais uma forma de se pensar a dança, sistematiza métodos, movimentos e concepções coreográficas. Diria que estas características são o ônus do processo de institucionalização de algo que se propõe enquanto renovação de toda uma estética, que envolve práticas e construção de estruturas que a viabilizem. Neste sentido, ao passo que se preocupou mais com a possibilidade de entendimento do que a