Por uma cidadania geográfica

Por uma Cidadania Geográfica
Mizael Fernandes de Oliveira1
É bem sabido que a democracia é a sociedade dos cidadãos, e a estes têm reconhecido alguns direitos fundamentais como o direito a educação, entendida como base da luta pela liberdade civil e de outros direitos.
O cidadão, no olhar geográfico, é aquele que consome e produz o espaço em toda a sua complexidade. Qual seria a importância da educação e o papel da Geografia, tanto quanto ciência ou disciplina escolar, na transmissão e produção dos saberes na formação do cidadão? O trabalho do professor de Geografia está ligado somente à transmissão do conteúdo, ou, também na preocupação em despertar no aluno uma visão globalizada e analítico-crítica dos fatos que geraram ou explicam o conteúdo estudado? Não caberia ao professor de Geografia a conscientização e auto-conscientização de uma visão de “totalidade”, que explicite a relação e inter-relação existente entre o espaço vivido e visto, com o espaço global no qual o aluno se insere?
A Geografia para o pleno exercício da cidadania deve ir além, e deve reconhecer que os seres humanos não só são capazes de conhecer a realidade, como também têm capacidade de reflexão critica e exercer ações sobre tal, visando sua manutenção e/ ou mudança quando necessário.
A Geografia, analisada como disciplina de Geografia, se faz importante, uma vez que estuda o espaço geográfico como possibilidade de formação política do cidadão, na perspectiva de torná-lo consciente de que o espaço é uma construção cotidiana que se efetiva na luta de classes, nas contradições do próprio sistema capitalista e na produção material de sua sobrevivência.
O próprio aluno, por ser aluno, está vivo e, por estar vivo, tem necessidades, sendo que, ao buscar a satisfação de suas necessidades modifica, de forma direta ou não, o espaço em que vive.
Se a “Geografia: isso serve antes de mais nada para fazer a guerra”, ela também pode e deve fazer o contra-discurso e ação prática de proporcionar a