1. Repetição ou os óculos de um cegoHá uma necessidade de silêncio bombeada pelo incomensurável sopronevoento com génese no convicto despropósito praticado pelo Homem. Elasurge nos parcos espaços entre os suicidas gritos que nos envolvem emorfinizam com o seu manto de ladainha liber-clero-democrático-partidária. ACasa Laranja festeja hoje o avanço do Partido da Liberdade Anti-Islãohttp://www.publico.pt/Mundo/liberais-holandeses-conseguiram-apenas-mais-um-deputado-do-que-os-trabalhistas_1441343 – liberdade anti é o mesmo que preto fluorescente, significa oregresso dos que não foram e é tão congruente como as tranças de um careca.Uma liberdade cativa, essa é a proclamada, essa é a estabelecida eunicamente vista como possível neste palco que hoje encontrou o seu signo eEstado – insustentável. http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/presidente-considera-que-os-sacrificios-devem-ser-repartidos-de-forma-equitativa-e-justa_1441353 Saber da sua condição epermanecer na reanimação é atrasar o proclamar do óbito, adiar a cerimóniafúnebre e transformar em macabro um natural acontecimento. O País, nestesistema político – compreenda-se social, cultural – morreu há muito e o odorembriaga os que em torno do defunto buscam o testamento que lhes permitalevantar a herança a leiloar. No fundo, todos compreendemos a situação, mas,como tolos intransigentes, persistimos no semear do dormente vício.Possivelmente não fui, em tantas linhas ditas, claro. Há outros lugares e oTempo sabe-o, todavia, é necessário o gesto. A individualidade é palcoirremediavelmente humano, não necessita de vincos nem labirínticas paredes –é, em si mesma, estabelecida e concordante com o seu actor. A insistentecelebração partidária de um país é o seu adiamento e lento assassinar. Apluralidade não se efectiva entre limites, mas é ela própria que cumpre as suasfronteiras, conquistando novos territórios e alargando-os no trajecto que o seunavegante poeta cumpre, sempre em convergência e nunca em aniquilação.Não