Pedagogia Social seu potencial critico e transformador
LEONILDO SILVEIRA
CAMPOS é professor de Sociologia da
Religião no Programa de Pós-graduação em
Ciências da Religião da
Universidade Metodista de São Paulo, e autor de
Teatro, Templo e Mercado:
Organização e Marketing de um Empreendimento
Neopentecostal (Vozes/
Umesp).
INTRODUÇÃO
Há uma observação e uma pergunta, ambas básicas, que devem ser registradas na abertura destas reflexões sobre o pentecostalismo no
Brasil. Primeiro a observação: não podemos fazer uma análise mais aprofundada das origens, características e transformações do nosso pentecostalismo sem realizar um estudo preliminar do campo religioso norte-americano, a despeito da fisionomia latino-americana, indígena, católica e influenciada por cultos afro-brasileiros que essa manifestação religiosa de origem protestante assumiu no Brasil. Segundo, a pergunta, que não se esgota em sua aparência teleológica: de onde vieram, que características próprias adquiriram, e para onde caminham os movimentos e as instituições pentecostais implantadas no Brasil no início do século XX?
Podemos também observar que na análise do pentecostalismo, dada a complexi-
2 Há algumas significativas tentativas de balanço dos 100 anos de pentecostalismo. Entre outras registramos as que foram apresentadas por Alan H. Anderson e Walter Hollenweger, ao reunirem em um só volume as contribuições de uma consulta de 1996 no Oak Colleges, em Birmingham, sob o título
Pentecostals After a Century.
Uma outra contribuição veio também com a parceria de
Walter J. Hollenweger, sob o título Pentecostalism – Origins and Developments Worldwide, de 1996. A proximidade do centenário dos eventos de
Azuza Street (2006) está provocando, nos EUA, a publicação ou republicação de muitos textos sobre o tema, entre outros podemos citar: Grant Wacker
(2001);