Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa
E nesse sentido que insisto em que formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas.
Educadores e educandos não podemos, na verdade, escapar à rigorosidade ética. Mas, é preciso deixar claro que a ética de que falo não é a ética menor, restrita, do mercado, que se curva obediente aos interesses do lucro.
Não podemos basear nossa critica a um autor na leitura feita por cima de uma ou outra de suas obras. Pior ainda ter lido apenas a critica de quem só leu a contracapa de um dos seus livros.
Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da opção, como sujeitos históricos. Transformadores, a não ser assumindo-nos como sujeitos étnicos.
Mais do que um ser no mundo, o ser humano se tornou uma Presença no mundo, com o mundo e com os outros.
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
É a força criadora do aprender de quem fazem parte a comparação, a repetição, a construção, a duvida rebelde, a curiosidade não facilmente satisfeita, que supera os efeitos negativos do falso ensinar.
O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua pratica docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão.
Só, na verdade, quem pensa certo, mesmo q eu as vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo.
Ensinar, aprender e pesquisar lidam com esses dois momentos do ciclo gnosiológico: o em que ensina e se aprende o conhecimento já existente e o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.
A escola não é partido. Ela tem que ensinar os conteúdos, transferi-los aos alunos. Aprendidos estes operam apenas por si mesmos.