Palmada educa?
Alguns pais estão resgatando o autoritarismo da educação tradicional, ameaçando ou batendo nos filhos, com o falso argumento de que a nova geração precisa de disciplina e de obediência. Algumas escolas particulares também fazem propaganda de seu método rigoroso e disciplinador, atraindo principalmente os pais fracassados e autoritários camuflados desejosos pela terceirização da educação dos filhos.
A ‘pedagogia da palmada’ vem influenciando até mesmo alguns especialistas que acreditam que é preciso colocar freio na indisciplina. Marilda Lipp, doutora em psicologia do comportamento, escreveu um artigo cujo título era justamente “A palmada educa” (Veja, 01/05/96). Embora a psicóloga ressaltasse que a criança não deve ser punida na primeira vez que erra; que os pais devem sempre explicar o porque ela deve apanhar e alertá-la sobre as conseqüências de seus atos, a verdade é que o artigo tinha um tom, começando pelo título, de que a palmada tem o poder de educar.
Em verdade “a palmada deseduca”. Esse é o slogan da campanha que o Laboratório de Estudos da Criança (LACRI), da Universidade de São Paulo, quer erradicar através de uma petição, desestimular pais e educadores a bater nas crianças, nem que seja eventualmente. A discussão sobre castigos corporais também chegou a Brasília. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados está mobilizando seminários sobre o tema. O presidente da comissão, deputado Marcos Rolim (PT-RS), quer desencadear uma campanha para conscientizar a população e apresentar experiências internacionais.
Países de 1º. mundo, hoje, “autorizam” pais e professores de usarem os antigos instrumentos de castigos (ou tortura) como palmatória, chicotinho, varinha, corda, cinto, etc. Uma amiga que viveu durante um ano na cidade de Lion, França, disse-me que são vendidos chicotinhos especialmente feitos para bater em crianças desobedientes. A Inglaterra que ficou conhecida internacionalmente pela experiência