Mutabilidade do signo
O signo é imutável pela simples razão de que "relativamente à comunidade linguística que o emprega, o signo não é livre, mas imposto. A massa social não é consultada, e o significante escolhido pela língua não poderia ser substituído por qualquer outro. (...) Não só um indivíduo seria incapaz, se o quisesse, de modificar no quer que fosse a escolha que foi feita, mas a própria comunidade não pode exercer a sua soberania sobre uma só palavra: ela está ligada à língua tal como é."
A língua aparece pois como um corpo imutável, independente não só do sujeito como da própria comunidade linguística. "Em qualquer época, e por muito que recuemos, a língua aparece como uma herança duma geração precedente. O ato pelo qual, num dado momento, os nomes foram distribuídos pelas coisas, e que estabeleceu o contrato entre os conceitos e as imagens acústicas - esse ato, podemos imaginá-lo, mas nunca foi verificado. A ideia de que tudo se tivesse passado dessa forma é-nos sugerida pela nossa consciência muito viva da arbitrariedade do signo."
A língua resulta das influências sociais, o que a torna não-não livre. Estas surgem em função do tempo. A língua trata-se de algo estável, pois está presa à coletividade e está situada no tempo. Graças a arbitrariedade, a escolha é livre; graças ao tempo, a escolha é impossível.
Por fim, há a resistência da inércia coletiva a todas as inovações linguísticas. Saussure considera mesmo que, de entre todas as instituições sociais, a língua é a mais resistente à mudança na medida em que é a mais utilizada pelo maior número de indivíduos de uma comunidade. "A língua é, de todas as instituições sociais, a que oferece menor margem às iniciativas. Ela incorpora a vida da comunidade, e esta, naturalmente inerte, aparece antes de mais como um factor de conservação."
Mutabilidade,
Os signos se alteram com o passar dos tempos - fonética e semanticamente.
Da mesma forma que o tempo assegura a continuidade da língua, este