Mudança das rádios AM para FM- comentário
A presidente Dilma Rousseff assinou, no início do mês, um decreto que permite a mudança das emissoras de rádio da frequência AM para FM. A medida que visa, prioritariamente, melhorar a qualidade do som transmitido pela AM, abre precedente, também, para uma ampla discussão sobre a democratização da informação, em um país onde o acesso à informação ainda não é um direito de todos e o poder de difusão de conteúdos se concentra nas mãos de poucos.
No Brasil existem cerca de 1.784 emissoras AM e o decreto governamental visa possibilitar que essas sejam transferidas para FM. Segundo o discurso da presidente, a medida vai facilitar o acesso a informação, uma vez que, atualmente, os aparelhos portáteis atuais (celulares, tablets, etc.), não têm acesso a AM. O processo pode levar até 1 ano. As emissoras deverão fazer o requerimento a partir de 2014 e passarão por uma análise, para verificar a viabilidade técnica. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirma que decreto garante às rádios AM, potência suficiente para manter, após a migração, a mesma área de cobertura de sinal.
As emissoras AM têm como características uma programação diferenciada, voltada para difundir, em grande parte, músicas e conteúdos culturais, éticos e educativos voltada para um ouvinte que não consome os produtos da mídia comercial do “modismo”, mais propagado na FM. Mas é válido salientar que depois do surgimento da FM, a AM começou a perder ouvintes e a situação atual é crítica, pois não há investimentos comerciais nem, muitos menos, governamentais suficientes para mudar essa realidade.
É válido notar que o surgimento e a expansão da FM transformou a programação do radio brasileiro. Além das músicas veiculadas da grande mídia, os conteúdos ficaram mais próximos do público, uma vez que o alcance dela não é tão longínquo como o da AM. A população passou a “se ouvir” no rádio, com notícias sobre a sua cidade, o seu