História do Rádio
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Radiojornalismo no Brasil: fragmentos de história “A arte da improvisação aconteceu
muito, até o rádio começar a entender que, para usar todo seu potencial,
precisava se organizar; só então, o
rádio disparou em termos de produção,
GISELA SWETLANA
ORTRIWANO
é jornalista, professora de Radiojornalismo na
ECA-USP e autora de
A Informação no Rádio
(Summus).
gsortriw@usp.br
de qualidade de programação e,
principalmente, de informação”
(Walter Sampaio).
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O
jornalismo esteve presente no rádio des-
de as primeiras experiências de explora-
80 anos de rádio
ção da radiodifusão. As emissoras, de maneira geral, são inauguradas transmitin-
do algum evento ou, ao menos, informando sobre sua
própria existência. Primeiro meio de comunicação eletrônico, operando na velocidade do som, o rádio já nasceu glocal, termo cunhado recentemente em função das tecnologias hoje disponíveis: tanto contava os fatos do mundo como os da casa do vizinho.
Fragmentos de uma longa história que ainda não foi
bem contada compõem o texto que procura mostrar um pouco do trajeto do radiojornalismo brasileiro. Seu am-
biente tradicional é o rádio AM (amplitude modulada); na FM (freqüência modulada), sua presença está mais ligada à obrigatoriedade legal, e só a partir dos anos 90 o potencial jornalístico é reconhecido. A opção foi destacar alguns momentos importantes do processo de evo-
lução do jornalismo radiofônico, deixando de lado muitos fatos, dados e personagens. Ou seja: muitas outras histórias possíveis.
“O Rádio, no Brasil, surgiu fazendo vibrar as agulhas
que arranhavam pedrinhas de galena, informando. Isso
ocorreu exatamente no dia 6 de abril de 1919, no Recife, quando foi fundada a Rádio Clube de Pernambuco” (1).
Na inauguração oficial da radiodifusão brasileira, a 7
de setembro de 1922, como parte das comemorações do
Centenário da Independência, o jornalismo