Libras - Flexibilidade, Versatilidade e Arbitrariedade
Segundo Lyons, pode-se usar a língua de sinais para dar vazão as emoções e sentimentos, para chamar ou pedir ajuda a alguém, para prometer ou ameaçar, para fazer perguntas ou pedir informações. É possível fazer referência ao passado, presente e futuro ou até mesmo a coisas que não existem. A língua de sinais é a que possui maior grau de flexibilidade e versatilidade se comparada a outros sistemas de comunicação.
ARBITRARIEDADE: PRINCÍPIO DE ORGANIZAÇÃO DA LÍNGUA
Saussure, ao se perguntar se é o som que faz a linguagem, traz que este não passa de instrumento do pensamento e não existe por si mesmo: o som, enquanto "unidade complexa acústico-vocal, forma por sua vez, com a idéia, uma unidade complexa fisiológica e mental" (Saussure, 1914/2006: 16). Assim podemos ver que o que resulta na linguagem é uma unidade complexa fisiológica não necessariamente oral-auditiva, como se poderia pensar (além de estender esse pensamento e concluir que as línguas de sinais não poderiam ser tomadas em termos saussurianos). Além disso, quando Saussure apresenta as implicações que a separação língua/fala acarreta, ele estabelece que a língua seja o produto que o indivíduo registra passivamente, que não supõe premeditação e que a reflexão nela intervém somente para a atividade de classificação, ao passo que a fala é um ato individual de vontade e inteligência, no qual se pode distinguir as combinações pelas quais o falante realiza o código da língua no propósito de exprimir seu pensamento pessoal, bem como o mecanismo psicofísico que lhe permite exteriorizar essas combinações (Saussure, 1914/2006: 22). Encontramos aí uma definição que nos permite pensar nas múltiplas ordens das quais a fala pode ser: oral, gestual, visual, entre outras, porquanto de caráter psicofísico.
Dessas considerações inicias sobre a teoria de Saussure, gostaria de sintetizar que acredito ser possível e salutar retomá-la, e ver de que forma seus princípios se aplicam às línguas de sinais. Com