335 Livro Da Disciplina Cultura Surda E Libras
ADRIANA DA SILVA THOMA
BETINA S. GUEDES
CARINE TOSO
CÁTIA DE AZEVEDO FRONZA
DENISE SPONCHIADO
GISELE FARIAS MUCK
GRACIELE MARJANA KRAEMER
JULIANA FÁTIMA DA SILVA CHAVES
LILIANE FERRARI GIORDANI
MÁRCIA LISE LUNARDI-LAZZARIN
MARICELA SCHUCK
MAURA CORCINI LOPES (ORG.)
PEDRO HENRIQUE WITCHS
VANESSA SCHEID SANTANNA DE MELLO
VÂNIA ELIZABETH CHIELLA
VERA LUCIA MAROSTEGA
VIRGÍNIA MARIA ZILIO
3/283
EDITORA UNISINOS
2012
APRESENTAÇÃO
A surdez é uma grande invenção.
(LOPES, 2011, p.7)
Ao partir do entendimento de que a surdez é uma invenção, os autores deste livro objetivam mostrar que sobre a materialidade de um corpo marcado pela surdez se inscrevem verdades que são construídas social e temporalmente. Diferentes especialistas de distintos campos do saber empenham esforços para classificar, caracterizar e identificar o sujeito surdo. Os otorrinolaringologistas, os fonoaudiólogos, entre outros especialistas da saúde, afirmam que surdez é uma perda sensorial inata ou adquirida que se apresenta em diferentes níveis (leve, moderado, severo e profundo); muitos biólogos buscam explicações para a surdez em fatores hereditários; profissionais da computação e da informática buscam criar condições digitais para promover a participação dos sujeitos surdos na sociedade e nas redes sociais; professores de diferentes áreas olham para os alunos surdos como aqueles que possuem uma deficiência e precisam ser normalizados ou como sujeitos representantes de uma comunidade linguística-cultural específica etc. Enfim, muitas são as leituras possíveis de serem feitas sobre a surdez e sobre aqueles que a possuem. Cada leitura realizada produz/inventa uma forma de olhar para o sujeito
5/283
surdo, bem como inventa formas de posicioná-lo social, cultural, política, econômica, jurídica e educacionalmente.
Diante de tantas leituras possíveis da surdez e dos sujeitos surdos, os pesquisadores do Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educação de Surdos (Gipes/CNPq) e os