Lavagem de dinheiro
1 . Por ter origem ilícita, esse dinheiro deve percorrer uma trajetória para esconder a sua procedência. O processo de dar aparência de legalidade a recursos obtidos ao desamparo da lei, normas e regulamentos vigentes, de acordo com uma conceituação ampla, é comumente denominado “lavagem de dinheiro”. Mercê de seu impacto internacional
2, a lavagem de dinheiro é hoje, como resultado do trabalho pioneiro das Nações Unidas
3, considerada crime em um número cada vez maior de países
4 . Independentemente do agente ou dos vários meios de que se utilize, ou mesmo o ambiente em que se locomova, a lavagem de dinheiro é um processo dinâmico que se dá em três fases: na primeira fase (a “colocação”) o objetivo é apagar toda a associação direta entre o dinheiro e o delito que lhe deu origem; na segunda fase, disfarçar ou eliminar toda pista por trás do dinheiro sujo (a “ocultação”); e na terceira fase, devolver o dinheiro ao criminoso depois de ocultada a sua origem geográfica e ocupacional (a “integração”). Assim, a lavagem de dinheiro vai além do contrabando ou da ocultação de fundos ilícitos, embora essas atividades devam ser um ingrediente essencial do processo. Segundo fonte das Nações Unidas 6 , há uma variada gama de meios e modos de lavar dinheiro. A modalidade escolhida vai depender, em parte, do ambiente comercial imediato (a cobertura de que se vale o criminoso para encobrir o dinheiro sujo depende do perfil comercial de região ou países em que opera), da magnitude do dinheiro que se pretende lavar (se são pequenas quantias ou quantidade fabulosas de dinheiro), do aspecto temporal (se a operação é única ou se vai acontecer por um longo período de tempo; aqui a técnica vai também refletir o grau de urgência da operação), do grau de confiança que se atribui às