Justiça
A complexidade e abrangência dos temas abordados pela filosofia condicionam a dificuldade de dar soluções definitivas para os problemas que suscita; sua preocupação parece ser muito mais levantar questões e refletir sobre elas, do que dar soluções acabadas.
Em nosso tempo, a grande preocupação da filosofia com a liberdade leva a que a filosofia do direito proponha a questão da possibilidade da liberdade no contexto social. A liberdade e a igualdade são idéias, que, desde Kant, fundamentam o conceito de justiça. Essa idéia de justiça pretende efetivar-se, dialeticamente, isto é, acompanhando o desenvolvimento material e espiritual da humanidade. o que Kant pretendeu foi delinear o ideal do direito, para uniformizar qualquer legislação que quisesse ser considerada justa, ainda que se saiba que nenhuma legislação conhecida tenha alcançado esse ideal.
A idéia de justiça corresponde a momentos de penetração do “Logos” na sociedade política; assim, é pertinente que a acompanhemos em sua trajetória histórica.
Já estamos cansados de colecionar recortes de jornal com casos de moradores que resolvem fazer justiça com as próprias mãos. “Justiceiros” que levam a “ordem e progresso” para nossas ruas já que as autoridades não fazem nada. É isso que queremos? Seria isso justiça com as próprias mãos? Pessoas representando o estado policialesco?
Desde a Grécia clássica, a idéia de igualdade apareceu como o principal subsídio da idéia de justiça. Consequentemente, recorreremos a alguns textos importantes que se reportaram à justiça como igualdade.
O conceito de Agostinho sobre a justiça coincide, em princípio, com o conceito bíblico, pois afirma a harmonia necessária da ação com a vontade de Deus, bem como necessidade da motivação por amor (ágape). Hannah Arendt, contudo, faz uma importante ressalva sobre o amor como motivação de uma ação moral excelente, que atinge diretamente a tentativa de colocação do amor como medium da justiça. No momento em que o amor é