O que é justiça
AGUIAR, Roberto. O que é justiça: Uma abordagem dialética. São Paulo: Editora Alfa-ômega. 1999.
Neste trabalho buscamos resenhar a obra de Roberto Aguiar, O que é justiça: uma abordagem dialética. Nela o autor busca instigar no jovem estudante do conhecimento jurídico uma definição para a palavra justiça, relacionando-a com poder, bens e economia. Em relação ao poder Aguiar critica a “justiça dos vencedores” que segundo ele, anula outras acepções acerca do que é ou não justo, portanto quem detém o poder decide o que é certo ou errado perante a lei. Com essas outras fantásticas ideologias Roberto Aguiar descortina na cabeça do acadêmico de direito, uma definição que será fundamental em toda sua vida jurídica.
*Acadêmicos de Direito da Unama
1. Um Baile de Abertura
Roberto Aguiar compara a justiça a uma bailaria, pois ela é incerta e flexível. Segundo Aguiar (1999, p. 13) “essa bailaria que emerge não será diáfana e distante, não será de todos e de ninguém”, a justiça não é egoísta, ora estará nas mãos do afortunado, ora nas mãos do carecido. A legitimidade resiste a todas situações e pessoas, pois ela pensa acima de tudo e todos, como se ela existisse em um lugar sem conturbação.
2. O Tema e o Problema
Há vários tipos de justiça, dentre elas, uma que os dirigentes consideram justa, e outra que os oprimidos apoiam a sua esperança. A palavra justiça não tem apenas um significado, de acordo com Aguiar (1999, p. 15):
" realidades opostas, contraditórias e conflitivas usam da mesma palavra para exprimir seus projetos e suas justificações, já que, sob o mesmo nome de justiça, encontramos concepções que se contradizem, que se anulam, não podendo nunca subsistirem juntas, por apresentarem polo em conflito a nível de infra e superestrutura."
Diante disso, a justiça não pode ocupar dois lados, ou seja, ao mesmo tempo que será justa para um lado, será injusta para outro.