Invenções Brasileiras
Danielle Kiffer
"Bom dia, eu sou seu cabide e você pegou um terno de linho branco, ideal para o verão." A mensagem foi gravada durante os testes de um produto que pode passar a integrar o cotidiano dos deficientes visuais: o cabide-visão. A ideia, das mais simples, partiu das irmãs Adriana e Cristina Sêmola, da empresa Santa Mônica, especializada na confecção de cabides artesanais e personalizados. Hoje, quem está à frente da administração da empresa é Adriana, que, para desenvolver o projeto, contou com recursos do edital de Apoio ao Desenvolvimento do Design em Empresas Sediadas no Rio de Janeiro, da FAPERJ, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RJ).
Mas quem imaginaria que um mero cabide é capaz de influenciar a rotina de pessoas com problemas de visão? Pois o cabide falante, que grava mensagens de 20 segundos e a reproduz ao apertar de um botão, é uma daquelas ideias absolutamente simples, mas que podem facilitar, e muito, o cotidiano de pessoas com necessidades especiais. Voltado para deficientes visuais, para pessoas que, pelo avançar da idade ou que, por outras circunstâncias, tiveram a visão reduzida, o cabide-visão serve para que se possa organizar as roupas, mesmo sem enxergar. "Assim, sabe-se o que está vestindo, não se fica dependendo de outra pessoa para isso e pode-se exercer o direito ou o prazer de escolher, com autonomia, que roupa irá usar", explica Adriana.
Unindo design e tecnologia, o protótipo do cabide foi criado especialmente pelo designer Augusto Casari, que o planejou em resina nas pontas e com madeira reciclada na área do gancho. "Ele foi elaborado de forma anatômica, para facilitar o manuseio por parte dos deficientes visuais", explica Adriana. A parte tecnológica consiste em um chip, onde as mensagens ficam gravadas, oculto por um botão, que aciona a gravação e