Instrumentos de avaliação
Um olhar sobre o seu percurso
Leonor Santos - Universidade de Lisboa
Práticas avaliativas na sala de aula
Sabe-se que uma coisa é prescrever orientações, outra é aplicá-las na prática. De forma a respeitar o princípio da avaliação como parte integrante do processo de ensino e aprendizagem, e simultaneamente desenvolver uma avaliação cujo enfoque é o que hoje se entende por competência matemática, pode passar pela aplicação de uma multiplicidade de processos avaliativos.
As formas e instrumentos de avaliação que em seguida irei reportar são aqueles que de uma forma mais ou menos desenvolvida foram já objecto de estudo em Portugal. Embora analisados em separado, por facilidade de tratamento, tal não significa que não possam ser usados de forma articulada entre si.
A observação
A observação, a par com os testes escritos em tempo limitado, é uma das práticas de avaliação mais utilizadas pelos professores (APM, 1998). Contudo, em geral, a recolha de informação feita a partir da observação não é acompanhada de registos escritos, nem feita de forma sistemática e focada, sendo por vezes mesmo vista como impressionista (Graça, 1995; Martins, 1996; Rafael, 1998). Tal facto parece explicar porque os professores depositam pouca confiança nas informações recolhidas através da observação. Não lhe atribuem o mesmo estatuto que os dados recolhidos através dos testes escritos pelo que, embora influenciando a classificação de final de período, não constituem o seu elemento base (APM, 1998; Graça, 1995; Martins, 1996).
Uma possível razão para explicar porque, sendo reconhecida como uma forma por excelência para recolher certo tipo de informação, se faz sem registos e de forma pouco sistemática, tem a ver com as dificuldades inerentes a esta tarefa por parte do professor (Leal, 1992). Estas dificuldades revelam-se mesmo superiores às expectativas iniciais dos professores e verificam-se, tanto nos professores com maior