Instituições políticas
INSITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA
POLÍTICA BRASILEIRA
PROF. MSc. CARLOS EDUARDO SIQUEIRA
Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil/ Victor Nunes Leal, 1975.
CAP-I INDICAÇÕES SOBRE A ESTRUTURA E O PROCESSO DO “CORONELISMO
PROLEGÔMENOS
O fenômeno de imediata observação para quem procure conhecer a vida política do interior é o “coronelismo”, não é um fenômeno simples, pois envolve um complexo de características da política municipal, na qual será objeto desse estudo examinado nas regionalidades.
Para Nunes Leal, coronelismo constitui o resultado da superposição de formas desenvolvidas do regime representativo a uma estrutura econômica e social inadequada, é uma forma peculiar de manifestação do poder privado, ou seja, uma adaptação em virtude da qual os resíduos do nosso antigo e exorbitante poder privado tem conseguido coexistir com um regime de extensa base representativa.
O coronelismo é sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido, e a decadente influencia social dos chefes locais, notadamente os senhores de terra. A estrutura agrária garante a base de sustentação desse fenômeno, tão visível no interior do Brasil.
Decorrente dessa associação entre poder público + coronelismo+ estrutura agrária, desse compromisso fundamental resultam: o mandonismo, o filhotismo, o falseamento do voto, a desorganização dos serviços públicos locais.
II- A PROPRIEDADE DA TERRA ENTRE OS FATORES DA LIDERANÇA POLÍTICA LOCAL
O aspecto que logo se evidencia é o da liderança com a figura do coronel ocupando o lugar de maior destaque. A força eleitoral empresta-lhe prestígio político, natural coroamento de sua privilegiada situação econômica e social de dono de terras. Esta ascendência resulta muito naturalmente da sua qualidade de proprietário rural, a massa humana que tira a subsistência