HOBSBAWM, E. A Era do Capital. Capítulos 1 e 3
Em "Primavera dos Povos", primeiro capítulo do livro "Era do Capital", Hobsbawm trata das Revoluções de 1848, discorre sobre suas forma, sobre o que as ligava, o principal motivo de sua curta duração e o seu legado. A chamada Primavera dos Povos foi a primeira revolução considerada global e se espalhou mais rápida e amplamente que qualquer outra tendo acabado quase tão rapidamente quanto. Foi a mais ampla abrangendo vários países europeus e a menos bem sucedida também. A revolução triunfou na parte central da Europa, mas esse triunfo não chegou a periferia. Segundo Hobsbawn, essas revoluções não discutiam simplesmente o conteúdo político e social desses Estados, o que estava em jogo era a sua forma e até mesmo sua existências. Os radicais defendiam a criação de apenas uma república democrática que abrigasse Itália, Alemanha e Hungria (ou outro país) sob os ideais da Revolução Francesa, sendo assim, construída sobre a ruína de todos os reis e príncipes. As revoluções estavam ligadas, portanto, não apenas por acontecerem quase que simultâneamente mas todas tinham o mesmo estilo e apresentavam a mesma ideologia. A primeira das características em comum foi a curta duração de todas elas. Todas foram vitoriosas, mas não se mantiveram no poder. Todas foram derrubadas em seus primeiros meses no poder. Em agosto de 184, com exceção a França, todas as zonas revolucionária já estava de volta ao antigo regime, os revolucionários espalhados em exílio e a revolução morta. A segunda característica é o motivo de seu fracasso. Essas foram revolução social de trabalhadores pobres. Por isso assustou os liberais moderados da burguesia que tanto foram ajudados por elas. Essas revoluções não estavam opondo o "velho regime" e as "novas forças do progresso" estavam opondo a "ordem" e a "revolução social". Neste momento, a burguesia descobre que prefere a ordem, quando a "revolução social