Neoliberalismo: das suas origens à hegemonia dos anos 80
Autor: Felipe Ferreira e Silva
Professor de história formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Esse trabalho faz parte de sua monografia de final de curso e de seu trabalho da pós-graduação
Após o final da Segunda Grande Guerra, o mundo passava por profundas transformações. A Europa arrasada procurava soluções para a sua reconstrução. Duas grandes potências se firmavam no novo cenário geopolítico. É nesse contexto que surge o pensamento neoliberal. Neste capítulo vamos analisar as suas origens até a década de grande triunfo ideológico – os anos 80. Não iremos falar sobre o surgimento do neoliberalismo na Rússia e nos Estados do Leste Europeu, pois teríamos que entrar muito na década de 1990, o que não é a nossa intenção. Este recorte cronológico foi escolhido apenas para contextualizar a obras de Milton Friedman, onde nós, em um outro capítulo, ponderaremos as propostas deste autor para a educação, colocando em destaque os principais pontos que permeiam essa corrente político-econômica de pensamento.
Do final da Segunda Guerra ao fim da Era de Ouro
As idéias neoliberais surgem ao final da Segunda Guerra Mundial. Historiadores consideram o seu marco inicial o texto “O Caminho da Servidão”, do economista austríaco que se radicou na Inglaterra, F. A. Hayek. As críticas desse autor dirigem-se a qualquer tipo de planificação econômica que colocaria em risco os mecanismos de liberdade na economia e a liberdade política.[i] Ele acreditava que livre mercado seria igual à liberdade individual, e se esse caminho não fosse seguido, estaríamos condenados a um tipo de servidão.[ii] Em 1947, Hayek convidou outros intelectuais – entre eles Milton Friedman – que concordavam com suas idéias, para uma reunião na Suíça. Nessa mesma época foi fundada a Sociedade de Mont Pèlerin, que passou a promover reunião de dois em dois anos. [iii] Pregavam uma economia de livre mercado e o combate