História da economia brasileira compreendida entre 1950 a 2011
As reduzidas taxas de juros nos países desenvolvidos jogaram mais lenha na fogueira, ajudando os países com vastos recursos naturais. Nossos termos de troca, ou seja, a razão entre o que exportamos e o que importamos, deram um salto incrível desde 2003. Essa fantástica melhora se disseminou por toda economia.
Os dados macroeconômicos melhoraram, o país acumulou reservas internacionais, o crédito deslanchou e o setor privado aproveitou o bom momento para emitir dívida e capital. A moeda se apreciou bastante, e os ativos brasileiros passaram a valer mais. O boom chinês foi uma bênção para países como Brasil e Austrália. A correlação entre suas moedas desde 2003 é espantosamente alta.
Se antes mil toneladas de minério de ferro compravam determinada quantidade de televisores, hoje a mesma quantidade de minério compra dez vezes mais! Os habitantes dos países com vastos recursos naturais demandados pelos chineses enriqueceram rapidamente nos últimos anos. Mas o que pode ser negativo neste cenário, que à primeira vista parece tão promissor?
Fosse uma formiga responsável que tivesse tirado a sorte grande, tudo seria ótimo. Os cidadãos aproveitariam as oportunidades novas para investir mais e obter ganhos sustentáveisde produtividade, a educação seria alvo de melhorias substanciais com foco no longo prazo e até um fundo de reserva seria criado para os dias chuvosos, que são inevitáveis. Mas a triste realidade é que, no caso brasileiro, uma cigarra foi quem ganhou na loteria. Com demanda reprimida há anos e um horizonte temporal demasiadamente curto, ela partiu para o consumo calcado em crédito, um modelo claramente