Simonsen, Rangel e Furtado
Luiz Felipe Bruzzi Curi2
1. Introdução/justificativa
Os três autores referidos no título já justificam o trabalho por si: trata-se de três grandes pensadores, que, cada um a seu modo, contribuíram de forma singular para “inventar” o pensamento econômico brasileiro. A ideia de, como trabalho final, abordar esses três autores partiu da tentativa de articular os textos lidos no curso com o tema das pesquisas que venho desenvolvendo. O projeto de mestado dá continuidade à pesquisa já realizada na graduação, referente ao debate Simonsen-Gudin,3 cujo objetivo era aprofundar a compreensão da obra de Roberto Simonsen na história do pensamento econômico brasileiro, incluindo este autor num ambiente de história das ideias que, na falta de melhor termo, denominamos “economia do planejamento”: trata-se de autores que produziram, entre os anos 1920 e 1940, uma literatura econômica que dava especial destaque à compreensão das especificidades históricas do desenvolvimento dos países, como forma de subsidiar a proposição de políticas de intervenção planejada sobre as economias, visando à correção de desequilíbrios (como aqueles causados pela guerra) ou à superação do atraso. A gama de autores incluídos nessa geração é ampla e suas concepções divergem em vários aspectos, mas têm como denominador comum a ênfase numa perspectiva histórica de estudo da economia como forma de embasar e justificar o planejamento. Alguns desses autores seriam Roberto Simonsen (Brasil, 1889-1948), S. N. Prokopovitch (Rússia/Suíça, 1871-1955), Wladimir Woytinsky (Rússia/Alemanha/EUA, 1885-1960), Carl Landauer (Alemanha/EUA, 1891-1983) e Mihail Manoilesco (Romênia, 1891-1950). Trata-se de uma geração de pensadores anterior à chamada economia do desenvolvimento, que já incoropora o referencial teórico keynesiano e investe na direção da formulação de modelos mais rigorosos. Espera-se, no decorrer da pesquisa, esclarecer alguns