desenvolvimentismo: do pós-guerra até meados dos anos 1960
O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO E A CAIXA
|
CONFERÊNCIAS
Evolução do desenvolvimentismo de 1964 a 1980 (hipóteses de trabalho)
Com base no primeiro ciclo, pergunto: o que foi o processo desenvolvimentista brasileiro original, de 1930 a 1964, para o qual tanto contribuiu Celso Furtado? Foi aquele em que a industrialização integral deu as condições necessárias para a superação da pobreza, impossível de ser alcançada por meio do mercado. O Estado planejou o processo, e esse planejamento definiu a expansão desejada dos setores econômicos e os instrumentos dessa promoção. O Estado, nesse caso, coordenou a execução de políticas econômicas, captou os recursos, fez investimentos diretos como agente produtivo naqueles setores em que a iniciativa privada se recusava a entrar, por não representar atratividade.
Em torno dessa conceituação, posso dizer que não é incorreto identificar cinco correntes de pensamento do primeiro ciclo desenvolvimentista brasileiro. À direita, o neoliberal, de
Eugênio Gudin, ministro da Fazenda entre setembro de
1954
e abril de
1955
, durante o governo de
Café Filho
; à esquerda, pela corrente socialista, do historiador , geógrafo e escritor marxista Caio Prado Júnior.
Entre os dois extremos, destaco três correntes desenvolvimentistas assumindo a hegemonia no pensamento econômico brasileiro: o desenvolvimentismo do setor privado, do industrialista Roberto Cochrane Simonsen; o desenvolvimentismo do setor público não nacionalista, de Roberto Campos e o desenvolvimentismo público nacionalista de Celso
Furtado. Também dedico, pela atuação, um espaço ao grande economista Ignácio Rangel, que merece ser mencionado em separado, pela abrangência e pela criatividade de seu pensamento.
Os liberais queriam a redução da intervenção do Estado na economia. Avaliavam que o
Brasil deveria seguir sua vocação agrária, e que os diferentes momentos de instabilidade da economia haviam sido gerados pela