historia
8/1/11
11:30 PM
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O desenvolvimentismo: do pós-guerra até meados dos anos 1960*
RICARDO BIELSCHOWSKY
Desenvolvimento econômico é o crescimento com transformação estrutural, que conduz ao aumento de produtividade no trabalho e à melhoria do bem-estar. Nem sempre vem acompanhado de melhor distribuição de renda, e quase jamais caminha com a preservação ambiental. É também a ideologia de promoção do processo de desenvolvimento econômico por meio de uma combinação entre Estado e mercado. Hoje, o mercado é governado por ações públicas e não tem a primazia na realização da eficiência econômica por si só.
Cabe iniciar definindo “Desenvolvimentismo
Até 1980: projeto de industrialização integral como via de superação do subdesenvolvimento, conduzido pelo Estado.
Depois de 1980: a) antineoliberalismo; e b) ensaios sobre estratégias e políticas nas novas condições institucionais e macroeconômicas.
Utilizarei dois instrumentos organizadores da exposição: “correntes de pensamento” e
“movimentos das ideias”, entendidos como reflexos da história real (econômica e política).
O Brasil teve dois ciclos ideológicos desenvolvimentistas: o primeiro foi de 1930 a 1964; o segundo, de 1964 a 1980. Até 1980, o desenvolvimentismo era o projeto de industrialização integral como via de superação da pobreza do subdesenvolvimento, conduzido com exclusividade pelo Estado. Depois nos anos 1980, passou a uma posição contrária, com a primazia do mercado, e se transformou em corrente hegemônica de pensamento, com estratégias e políticas voltadas para a globalização. Este, entretanto, não consegue ser desenvolvimentismo. Algo nesse sentido só será visto novamente a partir do primeiro Plano Plurianual do governo Lula, que é a ideia do crescimento por distribuição de renda, e acredito que ele vai vingar a longo prazo. Se confirmado esse diagnóstico, teremos de enquadrar esse período como um novo ciclo desenvolvimentista,