populismo
O período compreendido entre 1945 e 1964, riquíssimo na abordagem referente a este recorte temporal, guarda uma visão bastante peculiar da intelectualidade da USP, com os seus sociólogos. No entanto, anteriormente a esta escola, já havia, embora sem uma formulação teórica precisa, uma definição frente ao fenômeno que se associaria, cedo ou tarde, à tradicional denominação a respeito do que seria o “populismo”. Uma definição oriunda dos que, em oposição a Getúlio Vargas, traçaria o perfil do Estado Novo – de cunho nitidamente autoritário – e da amplitude da influência do então Presidente, frente às massas populares carentes de organicidade política e habilmente manipuláveis pelo “maquiavelismo” getulista.
Faz-se necessário entender a abordagem da intelectualidade paulista, uma vez que há linhas de interseção plausíveis com a visão tida pelos liberais e oposicionistas a Vargas. No entanto, comparada com a escola USPiana, há uma carência teórica muito grande por parte dos antivarguistas, por conta da utilização de conotação pejorativa na arena política. Por sua vez, os sociólogos da USP – influenciados pela tese da modernização de Torquato Di Tella e Gino Germani (em seu auge, nos anos 50/60 do século XX) –, fariam uma abordagem nítida do processo de industrialização brasileira nos anos 30 do século XX e de um amplo êxodo rural. Tais camponeses, inseridos no meio urbano industrializado, em um processo rápido de urbanização e de industrialização (na passagem da sociedade tradicional para a moderna), por não terem uma cultura política de direitos, estariam aptos a apoiar os “líderes carismáticos”, por estes proporcionarem a extensão dos direitos sociais e, por vezes, os direitos políticos.
No final do período do Estado Novo e passando por um longo período, os demais oposicionistas a Getúlio Vargas (liberais, antigetulistas autoritários e demais intelectuais da direita e da esquerda ) associariam o seu governo, a