Texto Anpedinha
Luciana Bicalho da Cunha
Doutoranda em Educação – FAE/UFMG
Professora da Faculdade de Educação Física – UEMG
Apresento neste texto os primeiros apontamentos de meu estudo de doutoramento, iniciado neste ano de 2014 no Programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação da
UFMG, no qual objetivo conhecer como os saberes e práticas do Método Desportivo
Generalizado circularam e foram apropriados no contexto educacional brasileiro a partir da década de 1950. Ou seja, entender como esse saber se tornou base teórico-metodológica para a Educação Física brasileira deste período.
Elaborado por professores do Institut National des Sports (França) na década de
1940, o Método Desportivo Generalizado tem por preceito a educação integral de jovens e adultos através de jogos e atividades desportivas. Para tanto, quatro princípios estabelecidos pelos autores tornam-se fundamentais na aplicação desta metodologia:
Educação Física para todos; Educação Física orientada; Prevenção do mal e
Aproveitamento das horas livres. Os jogos e as atividades desportivas, baseadas em tais princípios, proporcionariam aos educandos a possibilidade de apreenderem noções de trabalho em
equipe,
altruísmo,
solidariedade,
hábitos
higiênicos
para
além
do
desenvolvimento físico (FARIA JR, 1969). Esse método pressupõe que os exercícios físicos executados até então por obrigação no ambiente escolar passariam a ser realizados por prazer, pois seriam levados em consideração as experiências, as necessidades e os interesses dos alunos. (MARTINEZ, 2002).
Dois livros foram publicados relativos ao método circularam no Brasil. O primeiro, intitulado “Récréation et Éducation Physique Sportive”, de autoria de Listello, Crenn, Clerc e
Schoebel, foi publicada no ano de 1956. Esta obra é a concretização das ideias do MDG que já estava em discussão no Institut Nacional des Sports desde fins da década de 1940. O segundo, intitulado