hipermoderno

A SOCIEDADE E O INDIVÍDUO DO TEMPO “HIPERMODERNO”:
UMA VISÃO INTERDISCIPLINAR
Rodrigo Moretto
Uma vez que o passado já não ilumina o futuro, o espírito caminha nas trevas.
Tocqueville

1. INTRODUÇÃO

Vivemos em um mundo em que a mídia, não só televisiva ou escrita, mas também uma cibermídia, continua a esconder que a realidade já não é como pensavam os clássicos.
Ainda hoje o modelo vendido quer que aceitemos os conceitos que foram criados pela física dos séculos XVII e XVIII. Tudo o que fazemos está extremamente preso ao pensamento daquela época, tanto que, não raro, esperamos resultados, segundo determina a visão newtoniana. O universo foi descrito como um autômato, onde todas as engrenagens estão de tal forma sincronizadas que não há chance de não funcionar. O pior é que nós acreditamos e compramos tal idéia, esquecendo de olhar a realidade que se mostra muito longe deste sincronismo e estabilidade1.
Pensar a realidade como correspondendo a uma máquina pré-determinada é uma atitude que já não encontra lugar na contemporaneidade, desde que olhássemos pela janela.
Porém, continuamos comprando-a como verdade. Por mais paradoxal que pareça, afinal, vivemos cercados pelas mais diversas formas e veículos de informação (há mesmo os autodenominados “veículos de comunicação”, cuja atividade pode ser dita qualquer uma, menos a de comunicar), o homem moderno não deseja buscar o verdadeiro. Em vez disso, confiando na palavra desses “emissores de mensagens”, sente-se seguro e confiante.
A política, a economia e o direito compraram o modelo newtoniano e, assim, sua única função seria a de regular e cuidar para que todas as peças continuassem a funcionar, tal qual fora previsto. Em outras palavras, essas entidades (e.g. direito) seriam reguladores para que, sob as mesmas condições, as respostas viessem a ser as mesmas, mas deveríamos saber que

“Em vez da eternidade, a história; em vez do determinismo, a imprevisibilidade; em vez do mecanicismo, a