Resenha Tempos Hipermodernos - Gilles Lipovetsky
“A condenação do presente é sem dúvida, se analisada da perspectiva do tempo longo da história, a crítica mais comum apresentada pelos escritores filósofos e poetas, e isso desde épocas imemoriais”(p.13)
Desde a Antiguidade o presente sempre foi condenado, ele era visto como a decadência, a queda do passado ou então algo transitório desprovido de essência. Com a perspectiva moderna o futuro trás a ideia de felicidade, o fim do sofrimento pois com o desenvolvimento e as conquistas da ciência o progresso seria ilimitado – característica da filosofia das Luzes e do cientismo do século XIX.
Com as várias catástrofes vividas no século XX ocorreu um desencanto em relação ao passado e ao futuro, ambos foram desacreditados, gerando uma supervalorização do presente, do hoje, que antes era tão criticado.
Só que Lipovetsky não se precipita na analise, observando os vários aspectos da questão, dizendo que nada é tão simples assim, pois a consagração do presente não é tão evidente e as críticas feitas a essa consagração passam por cima do essencial.
Da modernidade à pós-modernidade: o abandono do universo disciplinar.
A modernidade não obteve o resultado esperado, a autonomia prometida pelas Luzes trouxe na realidade uma alienação total do mundo – verdadeira subjugação, burocrática e disciplinar – Foucault afirma que essa disciplina padronizou os indivíduos, enquanto isso Lipovetsky diz que havíamos entrado numa sociedade pós-disciplinar (pós-moderna) e que a própria modernidade não se baseava apenas no esquema disciplinar, uma vez que existe o domínio da moda ( trás autonomia aos indivíduos).
Ele diz que essa lógica da moda tem origem nas rivalidades entre uma aristocracia preocupada com a magnificência e uma burguesia ávida de imitá-la, mas que isso não explica as variações incessantes da moda.
Essas variações surgem de novas valorações sociais ligadas a uma nova