Habitos de vida
Hábitos de vida – Uma análise da alimentação, do sedentarismo e do tabagismo
Marcos Novais
Francine Leite
Luiz Augusto Carneiro
Superintendente Executivo
APRESENTAÇÃO
As demandas por serviços médicos são virtualmente ilimitadas, mas os recursos se defrontam com limites estreitos, devendo ainda ser alocados entre diversos fins. Os gastos com saúde têm crescido a taxas superiores à elevação da renda. O crescimento destes gastos é significativamente relacionado ao envelhecimento da população, aos hábitos de vida e à elevação da renda. Os hábitos de vida são escolhas individuais e, portanto, passíveis de intervenção. As escolhas menos saudáveis necessariamente implicam em maior exposição ao risco de doenças e, consequentemente, maior é a probabilidade de desenvolver doenças. A proposta deste trabalho é avaliar as mudanças dos hábitos de vida dos brasileiros nos últimos anos e avaliar as implicações sobre a saúde destes.
1 INTRODUÇÃO
Segundo a OMS1 (Organização Mundial da Saúde) 1,3 milhão de pessoas morreram de câncer de pulmão em 2004 em todo o mundo. Em 71% dos casos a causa foi o tabagismo. A mesma instituição divulga que 7,5 milhões de pessoas morreram em função de doenças causadas pela hiperglicemia e 3,2 milhões em função de doenças relacionadas à falta de atividade física. De fato, todas essas doenças têm fatores de risco relacionados ao comportamento individual ou hábitos de vida e, em muitos casos, poderiam ter sido evitadas.
No Brasil, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelam que para o período de 2003 a 2008 houve aumento na prevalência das seguintes doenças: câncer (0,4% para
0,6% da população); diabetes (2,6% para 3,6% da população); hipertensão (12,1% para 14,0% da população); e doenças do coração (3,7% para 4,0% da população). Para artrite e insuficiência renal a prevalência descresceu no período (artrite – de 6,0% para 5,7%; insuficiência renal – de
1,7% para 1,3%).
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