Trabalho
A maior diferença social que existe no Brasil, é a que separa os pobres dos ricos. A ela soma-se a discriminação que pesa sobre negros, mulatos e índios principalmente sobre os negros. Porém a classe negra de hoje é muito mais passiva do que foi no passado. Sendo que as lutas mais longas e cruéis que aconteceram se travaram no Brasil pela resistência indígena e pela luta dos negros contra a escravidão, tendo inicio no começo do trafico de escravos e encerramento com a abolição. Com as fugas que aconteciam e busca da liberdade foram se formando comunidades solidarias que se multiplicavam aos milhares. Eram formações protobrasileiras porque o quilombo era um negro já aculturado sabendo sobreviver na natureza brasileira e porque lhe seria impossível construir as formas de vida da África. Seu drama maior era o fato de que se poderiam ganhar mil batalhas sem vencer a guerra, mas não se podia perder nenhuma como aconteceu com o mais famoso deles, Palmares, que resistiu por mais de um século, mas ao final caiu arrasado e teve seu povo vendido para o sul e para o Caribe. Contudo, a luta mais árdua do negro africano foi em busca da conquista de um lugar e papel de participante legitimo na sociedade nacional. A primeira tarefa cultural do negro brasileiro foi a de aprender a falar a língua portuguesa que se ouvia nos berros do capataz. Teve que fazê-lo para poder comunicar com seus companheiros oriundos de diferentes povos. Começou então a sair da condição de mero bem semovente, mero animal ou força para o trabalho. Conseguindo então dominar a nova língua emprestando a ela a singularidade própria de seu povo. Calcula-se que no Brasil, gastou-se cerca de 12 milhões de negros como principal força de trabalho de tudo o que se edificou aqui e de tudo o que aqui se edificou. Ao fim do período colonial, constituía uma das maiores massas negras do mundo moderno. Sua abolição, a mais tardia da historia, foi à causa principal da queda do Império e da