Gramática e interação: uma proposta para o ensino da gramática
Universidade Federal do Ceará
Resumo: "Para que se dá aulas de uma língua para seus falantes?" O Brasil tem 15 milhões de analfabetos e 33 milhões de analfabetos funcionais. Pessoas que passaram pela escola, mas não dominam a leitura e a escrita. De cada 3 alunos do ensino médio, um não entende o que lê. São milhões de jovens que correm o risco de chegar ao mercado de trabalho despreparados. Ninguém fala o tempo todo seguindo a norma culta. Mas caberia a escola aceitar outras variantes da língua indiferentes a regra gramatical? O modo de falar do Brasileiro, a forma como driblamos a norma, "comemos" o s e desprezamos a conjugação dos verbos, mostra uma língua viva ou uma gramática agonizante? Se a língua escrita para ser compreendida não aceita a falta de regras, é possível escrever corretamente sem falar um bom português?O poeta Fernando Pessoa, patriota da nossa língua, jamais condenou uma pessoa que se expressava mal ou de forma incorreta, mas declarava o seu ódio a página mal escrita, a ortografia errada e explicava porquê. "Quem não vê bem uma palavra, não vê bem uma alma". FERNANDO PESSOA, poeta português (1888-1935) Palavras-chave: língua-gramática-texto-ensino
O tradicional ensino da gramática não está tornando suficientemente bom o desempenho do aluno, não só na escola, mas em qualquer outro lugar. Os alunos enxergam como algo aterrorizante por sua alta complexidade.
Já não causa nenhuma surpresa ouvir falar das imensas dificuldades dos alunos para escreverem mesmo no final do ensino médio, textos relevantes, adequados e, consequentemente, coerentes. Ou para se expressarem oralmente num registro mais formal. (Antunes, 205, p.23)
Pesquisas apontam que caso as instituições de ensino não adotem novas maneiras de ensiná-la, os alunos concluirão o ciclo básico, sem domínio algum da língua materna, cujo