Graduando
A visão ortodoxa carrega um grande erro conceitual no que se refere a evolução. De acordo com essa visão, a história é separada da biologia: o ser humano possui um genótipo, o qual contém a essência do homem, com suas características inatas independentes. O fenótipo é o resultado das interações do homem com o ambiente em que vive. A transmissão de características inatas ocorre de forma linear, gestacional, pelo gene, enquanto a transmissão de características adquiridas acontece de forma multidirecional, podendo até mesmo ser passada de filho para pai. A cultura é desenvolvida no ser humano por cima de um corpo que já possui um “sistema de programação” pronto, O objetivo do autor do texto é demonstrar a falta de fundamentos nessa visão, enfatizando que o ambiente pode afetar qualquer situação biológica, sendo impossível a divisão entre filogenia e ontologia. A habilidade de andar sobre dois pés está no genótipo do “homem anatomicamente moderno”. Assim como falar, essa é uma qualidade inata do Homo sapiens. No entanto, atos como pedalar e escrever não podem ser considerados predisposições. Elas necessitam de esforço e experiências para serem desenvolvidas. A percepção do autor em relação a essas situações, porém, é a de que andar e falar são características que surgem somente com igual esforço. O problema é que tal esforço surge em idade muito jovem, com o estímulo de pessoas e do próprio ambiente. Sendo assim, é ignorado pela sociedade moderna, uma vez que é algo quase automático, imperceptível. Ou seja, uma criança não consegue desenvolver habilidades consideradas inatas se caso crescer sem estímulos para falar e andar. A descoberta do DNA contribuiu para que a teoria ortodoxa fortalecesse os conceitos de genótipo e fenótipo, de ontologia e filogenia. Sabe-se que esta molécula guarda a essência