Formar psicologos para quê e para quem ?!
Pensar uma formação em Psicologia buscando ir além das propostas convencionais que, muitas vezes, fazem da formação profissional um simples preparatório, e que também por muitas vezes sentimos ser falha para a inserção no mercado de trabalho. Fugir do convencional e começar a pensar outras formas de construir modos de trabalho que busquem atender as várias maneiras do ser humano de se constituir e começar a produzir novos saberes e práticas que, de alguma forma, se liguem às especificidades de cada campo de atuação.
A formação do psicólogo implica um compromisso de ir além do cumprimento de etapas curriculares e da busca de um lugar profissional no mercado, para se colocar como agente social, construindo e sendo construído pelo processo em curso. Não se pode deixar que se perca a condição de aprendiz na prática profissional. Não se deve olhar a formação e a aplicação como dois momentos sucessivos, mais sim, devem se coexistir sempre. O que resta a todo aquele que se encontra vinculado com a Psicologia, atuar como um aprendiz nato, mantendo, em sua prática diária, a tensão permanente entre a problematização e a ação. Se colocar como aprendiz é nunca falar de um lugar de verdade absoluta e ao estabelecermos uma nova relação com a técnica e com a formação estabelecemos uma nova relação com o humano. O nosso papel e a nossa função, nesse amplo horizonte, é a permanente reflexão acerca da Psicologia em seus limites e possibilidades.
O psicólogo precisa abandonar o lugar frágil e ilusório de que sabemos muito e admitirmos o não saber, a necessidade de constituir novas formas de trabalho, novas posturas em defesa dos ideais que permeiam uma ética na Psicologia.